sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Meus dias !

Mais um dia acaba , como o anterior . Acordo e durmo e nada de extraordinário acontece. Tudo na mesmice , enquanto meus dias chegam ao fim sem grandes novidades , meu tempo  na Terra vai se findando sem que eu saiba o verdadeiro motivo da vida . Dias repetem-se , semanas que parecem um replay e eu envelhecendo , por dentro e por fora . Já sinto que não sou o mesmo , embora não tenha tido grandes avanços . Como uma máquina velha que quando criada pensou ser a tecnologia mais moderna que pudesse ser inventada , divido meus dias com o ócio, com aligeira felicidade , com as alegrias supérfluas. Enquanto o mundo , este sim já muito velho , respira como asmático , como um tuberculoso, enquanto as fábricas incham de novos modelos dos mais variados objetos , a proteção vai-se sucumbindo . Qual seria o propósito do homem ? Seria mesmo eu apenas um ser vivente escolhido ao acaso entre 300 outros milhões de desafortunados ? Prefiro acreditar que sou mais que uma coincidência , embora ainda não tenha encontrado o que sou em suma . Muito mais que um corpo cheio de massa , e orgãos , e ossos. Sou pensante , sou vivente , sou homem . E de tanto pensar , nasce a esperança de um novo dia , diferente deste ou daqueles outros , um dia em que se morra menos por respirar , um dia em que se viva mais por acreditar que ainda existe bondade . Enquanto isso , permaneço igual ao grande poeta, ''controlando a minha maluquês , misturada com minha lucidez''.


                                                                                      Arthur Gondinho